segunda-feira, 26 de abril de 2010

Parti(n)do...

Desejos de partir, de sempre partir. Partido, hoje este bardo não canta, e não há luar. Lembrei-me de Bashô (1644-1694), um poeta de sonhos, e de sua Trilha Estreita ao Confim:

"Dias e noites vagueiam pela eternidade. Assim são os anos que vêm e vão como
viajantes que lançam os barcos através dos mares ou cavalgam pela terra. Muitos
foram os ancestrais que sucumbiram pela estrada. Também tenho sido tentado há
muito pela nuvemovente ventania, tomado por um grande desejo de sempre partir".

Ao fundo, ouço o dolorido Quatuor pour la fin du temps (Quarteto para o Fim dos Tempos), do compositor francês Olivier Messiaen(1908-1992), também um sonhador que ousava acreditar que eram os pássaros os maiores compositores, e a música prolonga a noite. Ao Confim.

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